Seis meses após assalto, famílias contam do receio de morar no bairro.
Prefeitura analisa situação e pode mudar zoneamento da cidade.
Notas dos cofres da empresa ficaram espalhadas
após as explosões (Foto: Arquivo pessoal)
Seis meses após o assalto à empresa de segurança Protege, moradores do bairro São Bernardo, em Campinas (SP), seguem preocupados com a presença da companhia na região. Para famílias como a da faxineira Roseli Belotto, a solução de unir forças e criar um grupo no Whatsapp com os vizinhos para trocar informações, caso um novo assalto ocorra.
“Ontem, quando ouvi fogos, pensei que fosse começar outro tiroteio, mas meu filho disse que eram fogos de artifício. O bairro sempre foi tranquilo até a Protege vir para cá. Ninguém tem mais sossego. No grupo falamos sobre tudo: sobre o bairro, gente estranha e pessoas diferentes”, conta.
Já a representante comercial Elaine Odoríssio, que morava a 200 metros da companhia só com os filhos aproveitou a situação para mudar-se para a casa dos pais. “Não é longe da Protege, mas pelo menos, parece que a gente se sente mais protegido com os pais. Não pretendo mudar do bairro, pois amo aqui desde criança e sempre morei aqui. A Protege é quem tem que sair. Aqui não é o lugar dela”, diz.
O assalto
A quadrilha invadiu a empresa de transporte de valores com fuzis e metralhadoras na madrugada do dia 14 de março e utilizou explosivos para abrir um cofre.
Os criminosos roubaram cerca de R$50 milhões após explosões e tiroteio. Durante o mega-assalto, foram disparados tiros ao redor da empresa para impedir a chega de policiais ao local.
Em maio deste ano, o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) identificou o homem que planejou o assalto milionário na empresa de valores Protege, em Campinas (SP). Imagens exclusivas obtidas pela TV Globo mostram o passo a passo da ação.
Mudança
A Prefeitura de Campinas afirma que o grupo estudos formado para analisar a retirada de empresas de valores de bairros residenciais segue análise da questão em cima de uma mudança na lei de zoneamento. Além disso, o órgão explica que a situação é complexa, já que a companhia tem o direito adquirido de estar no bairro.